22 de novembro de 2017

Resenha - Extraordinário

Olá mais uma vez, leitores do Luar!
Estou de volta com a resenha de Extraordinário! Sim, eu sei que existem centenas, milhares de resenhas desse livro, mas gente, eu precisava falar um pouco sobre essa maravilha! Então vem comigo e confira!




Toda pessoa deveria ser aplaudida de pé pelo menos uma vez na vida, porque todos nós vencemos o mundo. — Auggie, pág. 313





Eu resisti muito a esse livro. Quer dizer, não é que houve propriamente uma resistência. Acho que o caso foi falta de interesse mesmo, algo muito comum comigo quando alguma coisa se torna "top". Não é que eu queira ser a "diferentona" (já passei da idade disso faz uns aninhos rs), mas é de mim, as coisas que chamam muito atenção por aí, acabam não capturando a minha. Ou levando muito tempo para eu me interessar.  Então eu assisti o trailer do filme. E fiquei encantada.  Claro, sou besta, mas nem tanto, por isso corri para o livro. Em primeiro lugar porque eu quero ver o filme, mas não poderia ir sem antes ler o livro (coisa que todos os leitores entendem muito bem!) e segundo porque de repente me vi apaixonada pelo Auggie.

Sim, meus amigos, é isso que nos acontece. Quem já leu essa pequena obra de arte, sabe muito bem. E não só o Auggie! Todos os personagens são encantadores!

Em extraordinário temos uma lição de amor, de união, de amizade, de gentileza. Impossível não se emocionar, não deixar escapulir algumas lágrimas, ou mesmo aqueles sorrisos de felicidade. E é o tipo de leitura que me pega direitinho! Aquela leitura que te traz mais do que uma história, mas te agrega conhecimento e lições.

Auggie é um menino de 10 anos, portador da síndrome de Treacher Collins (informações aqui), uma síndrome que causa deformações craniofaciais. Com isso, desde muito pequeno sofreu diversas cirurgias para corrigir alguns problemas causados pela síndrome, como uma cirurgia no queixo, que era praticamente inexistente, e impossibilitava o pequeno de se alimentar. Com tantas intervenções cirúrgicas, o tempo para a escola faltou, e sua mãe, Isabel, passou a dar-lhe aulas em casa. Porém é chegado o momento em que Isabel não apenas se sente incapaz de continuar as aulas, como também sente que o filho precisa ter contato com uma vida mais normal, com escola, crianças, responsabilidades.


Sei que não sou um garoto de dez anos comum. Quer dizer, é claro que faço coisas comuns. Tomo sorvete. Ando de bicicleta. Jogo bola. Tenho um Xbox. Essas coisas me fazem comum. Por dentro. Mas sei que crianças comuns não fazem outras crianças comuns saírem correndo e gritando do parquinho. Sei que os outros não ficam encarando as crianças comuns onde quer que elas vão. — Auggie, pág. 11


O início do livro marca esse dilema, claramente proporcionado pelo pai e pela mãe, onde um acha que vai ser bom Auggie ir para escola, enquanto o outro acredita que ele não está pronto ainda. A decisão fica por conta do próprio menino, que após relutar, encara como um desafio e aceita.  E claro, as coisas não serão fáceis para ele, como nunca foram.

Mas esse livro não nos fala apenas de um menino portador de uma síndrome que sofre bullying e preconceito. Ele nos fala de um menino cativante, extremamente consciente de sua situação, e que sabe lidar com tudo aquilo com maestria, mesmo se sentindo muitas vezes amedrontada ou despedaçado. Nos apresenta uma família tão bonita e acolhedora, repleta de amor, de compreensão e de carinho e que faz tudo por esse garotinho.


A única razão de eu não ser comum é que ninguém além de mim me enxerga dessa forma.
Mas agora meio que já me acostumei com minha aparência. Sei fingir que não vejo as caretas que as pessoas fazem. — Auggie, pág. 11


Não existe como escolher um personagem predileto (após o Auggie, é claro), porque até a turma que pratica o bullying, em algum momento se mostra nobre. Eu fiquei encantada pela Olivia (Via), irmã adolescente de Auggie que desde que ele nasceu é sua maior protetora. Ela inicia o ensino médio em uma nova escola, e perde suas melhores amigas logo nos primeiros dias de aula, pois as mesmas resolvem que vão ser "outra pessoa" agora, que não são mais crianças (coisas de adolescentes, sem generalizar, claro). Via passa por situações difíceis, precisa do colo da mãe, mas nunca o tem disponível, porque Auggie é sempre prioridade. Eu ressalto Via, porque a narrativa dela faz parecer que Auggie muitas vezes é mimado. E apesar de conhecermos os pontos de vista dele, e sabermos que não é bem assim, algumas vezes eu consegui encontrar alguns traços de um menino mimado (como no capítulo "Minha Caverna", pág. 224). Via ama e protege o irmão, em momento algum ela se coloca contra ele por se sentir deixada de lado, mas sabe que a proteção imposta pelos pais precisa de um limite, ou o menino jamais terá espaço para crescer sozinho. E foi esse o ponto que mais admirei nela, os limites e medidas que ela tem para protege-lo.


Eu vi August depois das cirurgias: seu rostinho inchado e enfaixado, seu corpinho cheio de cateteres e tubos para mantê-lo vivo. Depois que você vê alguém passando por isso, parece loucura reclamar por não ter ganhado o brinquedo que pediu ou porque sua mãe perdeu a peça da escola. — Via, pág. 89


Além de Via, vamos conhecer sua melhor amiga, Miranda. Ela e Via enfrentarão uma fase turbulenta na amizade, e eu achei Miranda completamente fútil por quase todo o livro. Contudo, ela sempre demonstra um amor desprovido de qualquer porém a Auggie, e no final do livro, somos capazes de entender certas atitudes da mocinha, e até ter vontade de traze-la para um abraço e um cafuné. Outro personagem muito interessante é Justin. Ele estuda com Via e Miranda, e tem uma relação com os pais bastante carente, e esses personagens, que encontram problemas em suas vidas pessoais, encontram conforto justamente na família de Auggie. Isabel e Nate, pais de Auggie e Via, são extremamente amorosos, acolhedores, compreensivos, e fazem qualquer um sentir-se em sua própria família.


Conheço o August desde que eu tinha seis anos. Eu o vi crescer. Brinquei com ele. Assisti a todos os seis episódios de Star Wars por causa dele (...). Fui eu quem lhe deu o capacete de astronauta que ele não tirou da cabeça por dois anos. Quer dizer, eu meio que conquistei o direito de pensar nele como meu irmão. — Miranda, pág. 244


Na escola, Auggie conhece, primeiramente, Jack, Charlotte e Julian, que o levam para uma visitação, a pedido do diretor, antes das aulas começarem. Com o início das aulas, novos alunos nos serão apresentados, como Summer, que será a melhor amiga de Auggie.  Porém nem tudo é o que parece, e se crianças podem ser cruéis e preconceituosas, vamos refletir que isso pode estar vindo de casa, através dos valores que lhe são passados. E essa parte da história, que demonstra a faceta dos pais e das crianças, é extremamente interessante. Temos todos do núcleo do livro em uma fase crucial da vida, onde suas personalidades estão se formando e todas as informações contribuem para isso. E sem dúvidas, quem forma e orienta essas crianças nessa fase é diretamente responsável pelo caráter que essa criança carregará ao longo da vida. E isso nos faz, sem dúvidas, reforçar o quanto é importante, pais, mães, responsáveis em geral, ser um exemplo de integridade para seus pequenos.



Como eu já disse, os personagens são encantadores, porém são muitos e complicaria falar de todos eles. Então para encerrar, gostaria apenas de destacar o Sr. Browne, professor de inglês, que irá nos apresentar preceitos espetaculares ao longo do ano, uma pequena grande lição; e o Sr. Buzanfa, diretor da escola que, embora tenha esse nome engraçado, é um grande exemplo de pessoa, e me arrancou muitas lágrimas nas páginas finais.


Considerações Finais
:

O livro nos conta, basicamente, o decorrer do ano letivo de Auggie, Via e as demais crianças. Embora seja Auggie o protagonista, ele não é o foco de tudo, pois vamos conhecer outras crianças mais profundamente, uma vez que o livro é dividido em parte e cada uma dessas partes é narrada por uma dessas crianças. Uma forma de mostrar que não apenas o menino que tem uma síndrome, tem problemas, medos, inseguranças, ou mesmo atenção e compreensão. Essa foi sem dúvida uma das melhores leituras que já fiz. E eu acho que esse é o tipo de livro que as escolas deveriam adotar para as crianças.  São tantos valores nessas 313 páginas, que uma resenha por si só não é capaz de dar conta. Acredito que nem mesmo o filme, por maior excelência que possa ter em cumprir seu papel de apresentar a história, não será tão capaz de nos ensinar tudo que essas páginas nos ensinam. Se esse livro tivesse diante de uma plateia, eu estaria lá, aplaudindo de pé.











Visão do Livro

O livro fisicamente... A diagramação é simples, mas muito bem feita, o livro, que é dividido em 8 partes, tem uma ilustração de cada personagem com alguma citação que o representa no início de cada uma dessas partes.



Quanto a escrita... É fluida, ao longo da leitura contém algumas informações sobre a síndrome de Auggie, os capítulos são curtíssimos, e isso faz com que a leitura seja muito rápida. Tem um vocabulário simples e não encontrei muita coisa que me incomodasse, senão o capítulo do Justin, ele inteiro me incomodou, porque estava totalmente escrito em minúsculo e sem travessão. Não se se os revisores estavam de folga no dia de revisarem essa parte, ou se isso foi de propósito, para me desconcentrar da leitura. 😝 Se você souber a razão disso, me diga, por favor! 

Você encontra Extraordinário à venda na Amazon!







E por hoje vou ficando por aqui, imensamente agradecida por você ter me acompanhado em mais uma resenha. Se você já leu ou livro, se quer ler, se já assistiu ao filme ou pretende, me conte aqui! Vamos falar desse poço de emoções extraordinárias!


Um super beijo lunar a todos vocês, e até a próxima! 😘















       




9 comentários:

  1. Amiga, li esse livro ano passado. Fiquei apaixonada por todos os personagens, principalmente a Miranda. É um amor, uma união, empatia tão fora do normal que seria maravilhoso se acontecesse na vida real. Pretendo fazer a releitura para resenhar com bastante cuidado. Amei sua resenha, o preceito do professor são ótimos!
    Beijinhos, Jenni.

    sinopsedoslivrosjenni.blogspot.com

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  2. Oi Re! Nossa, muito amor por esse livro! Estou ansiosa pelo filme. Como você disse, é difícil escolher um personagem. Mas eu amei demais a cadelinha deles. Chorei em diversos momentos.

    Amei a resenha e saber que leu ele. Todos deveriam, né?
    Um beijo

    Resenhando por Marina

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  3. Este livro é maravilhosamente fantastico <3 Meu preferido da vida.
    Quado chega na pagina final, dá uma saudade e uma vontade de continuar de tão encantadora que é a historia.
    Tudo o que você escreveu eu senti enquanto lia. É um livro que fala sobre família e amor, onde não tem exatamente um vilão, são apenas crianças sendo crianças, e adolescentes sendo adolescentes, todos enfrentando seus problemas.
    Eu me apaixonei por todos os personagens, o Auggie é fofo de mais, e os pais dele são fantásticos, a Via é tão amiga e protetora. É um livro pra levar pra vida.

    *Você ganhou uma nova seguidora ;)
    Obrigada por visitar o meu blog Rê, agora estou aqui visitando o seu.

    https://garotaeraumavez.blogspot.com.br

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  4. Rê!
    Acredita que não li nenhum dos livros Extraordinário?
    Tenho a maior vontade porque parece um livro carregado de sentimento, que fala sobre as diferenças e Auggie parece tão lindo e fofo!
    Tenho a maior vontade de ler.

    Obrigada pela visita feita ao blog.
    “A poesia contém quase tudo que você precisa saber da vida.” (Josephine Hart)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA novembro 3 livros, 3 ganhadores, participem!
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

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  5. Rê 😍😍
    Ler esta resenha somente instigou a minha vontade em ler este "extraordinário" livro 🤗
    E aproveitando, quero lhe parabenizar pelo blog, é de extremo bom gosto. Voltarei mais vezes para acompanhar. Grande beijo amiga 😘

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  6. Eu também acabo não me interessando por livros que se tornam tão conhecidas, não sei o porquê. Nem entendo, só não me chamam a atenção.
    Mas, mesmo assim, já li Extraordinário e amei o livro é surreal. Todos os personagens são realmente cativantes e apaixonantes mesmo.
    Adorei a resenha.
    Magia é Sonhar

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  7. Oi Rê! Também sou dessas que não me interesso por livros que acabam sendo modinhas, porém Extraordinário é um livro lindo d++++ e que acabei não resistindo em embarcar nessa história. Terminei de ler na semana passada e estou tão encantada com a leitura que mal vejo a hora de conferir também no cinema. Amei sua resenha!

    Beijos

    Vivian
    Saleta de Leitura

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  8. Olá amiga , ainda nao li essa história , mas sua resenha me deixou com os olhos marejados , são histórias que nos comovem e deixam questões para sociedade .

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  9. Bom dia, tudo bem?
    Estou começando meu blog e queria a sua ajuda. Me segue lá!
    Seu blog é perfeito, amei!
    beijos.

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